Com o objetivo de preparar e alertar a população para o período de maior risco na ocorrência de casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), realizou, nesta segunda-feira, 11/12, uma programação de mobilização na quadra poliesportiva do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Professor Diedres Gama Machado, no bairro Lírio do Vale, zona Oeste.
O evento contou com uma carreata saindo do complexo de Saúde Oeste/Semsa, no bairro da Paz, que percorreu os bairros da Redenção, Alvorada e Lírio do Vale. Houve ainda exposição em estandes com informações sobre as ações de controle do Aedes, do resultado do 2º Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) 2023 e de material de Educação em Saúde.
Durante o evento, a subsecretária de Gestão da Saúde em exercício, Aldeniza Souza, explicou que a mobilização é uma das ações que a Prefeitura de Manaus preparou para reforçar o alerta à população sobre os cuidados necessários na prevenção da dengue, zika e chikungunya, considerando a intensificação do período de chuvas em Manaus, assim como destacar a importância do envolvimento de outras secretarias e instituições.
“Com a intensificação das chuvas, a tendência é que tenhamos aumento no número de potenciais criadouros do mosquito. A Semsa tem estabelecido estratégias de controle, mas é muito importante a participação da sociedade e de outras secretarias, como de Limpeza Pública, Meio Ambiente e Educação. A população deve ficar atenta ao descarte correto de objetos como copos descartáveis, garrafas de refrigerante e de cerveja, e na limpeza de vasos de plantas, que podem acumular água. Se cada morador, uma vez por semana, realizar uma vistoria no próprio domicílio, vai contribuir muito para que haja uma redução das doenças”, orientou Aldeniza.
Casos
Dados do Sinn On-line, do Ministério da Saúde, mostram que, de janeiro a 24 de novembro deste ano, o município de Manaus registrou 2.490 casos notificados de dengue, o que representa um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. Já em relação aos casos confirmados, Manaus registrou este ano 549 casos, em uma redução de 50,1%, em relação ao mesmo período de 2022.
Segundo a diretora de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e da Saúde do Trabalhador (Dvae/Semsa), Marinélia Ferreira, apesar da redução de casos confirmados de dengue, existe a preocupação com o aumento nos casos notificados, que são os casos suspeitos em que o paciente apresenta sinais e sintomas sugestivos da doença, mas que não tem ainda o fechamento do diagnóstico após avaliação clínica ou resultado do exame, quando o caso é confirmado ou descartado.
“É importante ter os casos suspeitos, porque significa que a rede de saúde está atenta e sensível aos possíveis casos de dengue. Além disso, o aumento dos casos notificados é um alerta, principalmente associado ao início do período chuvoso. A população deve também ficar atenta para os sintomas das doenças, como febre, dor no corpo e a dor orbital, a chamada dor nos olhos, e procurar atendimento em uma unidade de saúde”, afirmou Marinélia Ferreira.
Além de casos de dengue, Manaus registrou neste ano 58 casos notificados de zika, em uma redução de 49,6% em comparação com o ano passado. Foram confirmados 23 casos de zika, com redução de 60,3% em relação aos casos confirmados em 2022. O município registrou ainda 143 casos notificados de chikungunya, com aumento de 6,7%, em relação ao ano passado. Em relação aos casos confirmados, o município apresentou 38 casos, com redução de 11,6%.
Para a aposentada Marieta Queiroz Magalhães, de 78 anos, que participou da ação no bairro Lírio do Vale 1, a mobilização é importante porque muitas pessoas ainda não têm consciência da importância de manter a limpeza dos domicílios e a eliminação de possíveis criadouros.
“Para muitas pessoas, a ficha ainda não caiu, sobre a importância de manter o quintal limpo. A primeira coisa que faço quando levanto pela manhã é verificar minhas plantas e a limpeza do terreno. Podem procurar no meu quintal que não vão achar nada, não tem garrafa ou tampinha e sempre limpo os vasos de plantas, mas muitas pessoas não têm esse cuidado”, apontou Marieta.
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Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
Fotos – Artur Barbosa / Semsa
Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjB6xSK