O deputado estadual Comandante Dan (Podemos) lamentou que o Governo Federal tenha excluído todas as rodovias do Amazonas dos leilões que o Ministério dos Transportes realizará em 2025, abrindo 15 concessões rodoviárias ao setor privado. Da região Norte, apenas a BR-364, que liga a cidade de Mâncio Lima, no Acre, a Cordeirópolis, em São Paulo, foi incluída no programa de concessões, que pretende movimentar R$ 161 bilhões em investimentos. O anúncio da iniciativa foi feito na terça-feira, 28/1, em Brasília.
“É um programa de investimentos significativos e nenhuma de nossas rodovias, mesmo diante do isolamento fluvial que nos tem sido imposto durante o período da vazante, foi considerada. Nem a BR-174, que liga Boa Vista, em Roraima, a Manaus, nem a BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, em Rondônia. Elas são o eixo de integração de grande parte da região Norte com o restante do país, mas não foram alcançadas. Precisamos de investimento urgentes, para romper nosso isolamento, e esse é um investimento muito saudável, porque traz a parceria com a iniciativa privada”, lamentou o parlamentar.
Dan Câmara lembrou que, em fevereiro de 2024, houve a criação do grupo técnico do Ministério do Trabalho para analisar a federalização de rodovias estaduais que deverão integrar e definir a Rede de Integração Nacional (Rinter). A Rede foi criada por lei em 2011. Para o deputado, tornar rodovias estaduais uma responsabilidade administrativa e financeira direta da União pode ser uma alavanca de desenvolvimento muito efetiva e é uma outra alternativa ao desenvolvimento do Estado.
“Não vimos prosperar nada sobre a federalização, que poderia significar um vetor de crescimento do transporte rodoviário no Amazonas. Temos a AM-070, que interliga Manaus, Manacapuru e Iranduba, com a possibilidade de interligar a estrada à ponte Bela Vista a Barro Alto, no município de Manaquiri, a 158 quilômetros da capital. Isso sem falar na AM-010, que liga Manaus a Itacoatiara e que serve de escoamento à soja e deverá ser a principal ao gás natural. Seria um investimento estruturante, que dificilmente o governo estadual teria escopo para fazê-lo sem aporte”, enfatizou Dan.
Ele mencionou, ainda, que na AM-363, a Estrada da Várzea, e AM-352, de Manacapuru a Novo Airão, existem investimentos no gás natural e no turismo que podem ser alcançados pela federalização. O Comandante Dan defende uma reengenharia da infraestrutura rodoviária, portuária e aeroportuária do Amazonas, em razão da nova realidade climática e hidrológica do Estado.