O projeto avaliou diferentes cadeias produtivas como cacau, açaí, castanha-do-Brasil, pirarucu e mel de abelhas nativas
Foto: Divulgação/Idam
Fomentar a bioeconomia inclusiva e sustentável na Amazônia, priorizando o bem-estar humano e a conservação da biodiversidade foi o objetivo de um estudo apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
A pesquisa “Cadeias produtivas com base na biodiversidade para geração de emprego e renda nos Estados do Amazonas e São Paulo”, desenvolvida no âmbito da Chamada Pública nº 01/2020 – Fapesp/Fapeam foi coordenada pelo doutor em Biologia de Água Doce e Pesca Interior, Adalberto Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
O estudo abordou a importância de ações relacionadas a bioeconomia e investigou o potencial de produtos florestais não-madeireiros da Amazônia. Foram considerados aspectos que envolvem o desenvolvimento sustentável da região como a redução do desmatamento, o combate das mudanças climáticas, a competitividade econômica global, a conservação da biodiversidade, a preservação da cultura e dos conhecimentos tradicionais e a geração de renda para as comunidades locais.
Governança Experimentalista
O projeto reuniu diferentes pesquisadores para o aprofundamento da análise das cadeias da sociobioediversidade e da governança da política pública em bioeconomia no estado do Amazonas.
Um dos estudos buscou entender se (e como) o sistema de governança da emergente política pública em bioeconomia no estado do Amazonas está integrado aos esforços de implementação em nível local.
A pesquisa gerou o artigo “Experimentalist governance in bioeconomy: Insights from the Brazilian Amazon”, escrito por Vanessa Cuzziol Pinsky, Jacques Marcovitch e Adalberto Luis Val, que foi publicado na Revista de Administração Contemporânea (RAC). Disponível no link: https://rac.anpad.org.br/index.php/rac/article/view/1665
Segundo a pesquisadora Vanessa Pinsky, pós-doutora em administração, especialista em negócios sustentáveis, e uma das coautoras do estudo, a Governança Experimentalista tem diferentes níveis de implementação, e permite uma abordagem mais flexível, envolvendo a participação de profissionais do setor público e privado, e podendo ajudar a garantir que uma política pública em nível nacional tenha práticas e resultados também em nível local, beneficiando não só o desenvolvimento socioeconômico, mas também a conservação ambiental dos territórios.
“As lições aprendidas com esse processo mais flexível de governança podem melhorar a elaboração de regras e metas, considerando os desafios e as experiências bem-sucedidas da implementação no nível local”, pontuou.
Vanessa Pinsky explica ainda que diferentes arranjos institucionais são necessários para operacionalizar esse sistema flexível de governança experimentalista, com monitoramento contínuo e métodos sustentáveis.
“Melhorar a qualidade e agregar valor aos produtos da sociobiodiversidade, atrelado ao uso sustentável da floresta e à geração de emprego e renda, são bases estruturantes que devem ser consideradas na formulação de políticas de desenvolvimento regional na Amazônia”, completou.
De acordo com Adalberto Val, uma abordagem experimentalista pode ter impacto significativo na bioeconomia amazônica, promovendo novas oportunidades de negócios, geração de empregos e renda, e a garantia da segurança alimentar. Ele avalia que a tecnologia foi um elemento essencial na realização do estudo, auxiliando na execução de práticas e na formulação de políticas públicas.
Apoio da Fapeam
O coordenador aponta o apoio da Fapeam como um catalisador para a ciência e a inovação. “Ao investir em pesquisas de relevância regional e global, a Fundação contribui diretamente com o fortalecimento da bioeconomia como um modelo sustentável de desenvolvimento para a Amazônia”, afirmou.
Colaboração Fapesp/Fapeam
A Chamada Pública nº 01/2020, promovida pela Fapeam e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), teve como objetivo estimular a colaboração em pesquisa entre pesquisadores sediados nos Estados do Amazonas e de São Paulo, financiando projetos colaborativos, que contribuem para o avanço do conhecimento científico e tecnológico nos respectivos estados, da região amazônica e no Brasil.