Como parte da programação do “Julho Amarelo”, campanha de sensibilização para prevenção e controle das Hepatites Virais promovida pela Prefeitura de Manaus, a Unidade de Saúde da Família (USF) Gebes Medeiros, bairro Jorge Teixeira, zona Leste, promoveu, na manhã desta quarta-feira, 16/7, uma ação educativa com distribuição de preservativos e a intensificação da oferta de teste rápido para Hepatites B e C.
A programação aconteceu também na USF Alfredo Campos, bairro Zumbi, zona Leste, com ações de prevenção e atividade física para a comunidade.
As Hepatites Virais são infecções que atingem o fígado e podem ser causadas pelos vírus A, B, C e D, mais comuns em Manaus, e pelo vírus tipo E, que podem causar fibrose, cirrose, câncer ou até ser necessário o transplante do fígado.
Entre janeiro a junho deste ano, Manaus registrou 116 casos de hepatites virais, entre 63 casos do tipo B, 49 do tipo C e quatro do tipo D. Também houve o registro este ano de 26 óbitos tendo as hepatites virais como causa básica.
A diretora do Distrito de Saúde (Disa) Leste, Rosangela Maria Castro da Silva, que acompanhou a programação nas duas unidades de saúde, reforçou a importância da população procurar as medidas de proteção contra as Hepatites Virais.
Dependendo do tipo, as Hepatites Virais podem ser transmitidas por relação sexual, compartilhamento de objetos perfurocortantes contaminados, por meio do consumo de água ou alimentos contaminados, e da mãe para o filho durante gravidez e parto (transmissão vertical).
“Todas as unidades de saúde da zona Leste, estão intensificando no mês de julho a oferta dos serviços, incluindo dispensação de preservativos, vacinação contra hepatite A e hepatite B, e teste rápido. Também estão sendo promovidas ações educativas para orientar os usuários do serviço de saúde sobre os riscos de compartilhamento de objetos como lâminas de barbear ou equipamento de manicure”, afirmou Rosângela Castro.
“A oferta do teste rápido é feita na rotina de atendimento na rede municipal de saúde. Na USF Gebes Medeiros, cerca de 40 pessoas realizam o exame diariamente. A identificação precoce da doença, com o início imediato do tratamento, é essencial para evitar complicações graves, porque a gente sabe que a consequência da hepatite é intensa e pode levar ao óbito”, alertou a enfermeira.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) disponibiliza o teste rápido em 204 Unidades de Saúde, tornando possível obter o resultado em 30 minutos, sem necessidade de encaminhamento médico.
“Junto ao teste para hepatites B e C, é feito o exame para sífilis e HIV. O fluxo na unidade de saúde é por demanda espontânea, ou seja, não é necessário agendamento. A pessoa pode chegar na unidade de saúde, fazer a identificação na recepção para ser inserida no sistema e depois é encaminhada para a sala de coleta. Ou pode ser encaminhada depois do atendimento em consulta médica ou de enfermagem”, informou a enfermeira.
A técnica do Núcleo de Controle de HIV/AIDS, IST e Hepatites Virais da Semsa, enfermeira Vanderlice Castro, explicou que um dos desafios no controle da doença é a obtenção do diagnóstico de forma precoce, já que ainda existem pessoas que se negam realizar o teste, e por isso a importância de campanhas educativas para a população.
“Temos trabalhado muito a aceitação para o diagnóstico precoce junto à população, com campanhas e ações educativas. A orientação é que a pessoa procure realizar o teste regularmente nas Unidades de Saúde”, recomendou Vanderlice.
De acordo com Vanderlice, também é essencial que o paciente diagnosticado com a infecção dê continuidade no tratamento, disponível no SUS, de forma adequada para evitar o avanço da doença, o que pode levar ao óbito.
Entre 2017 e 2024, Manaus registrou 339 óbitos, tendo as hepatites virais como causa básica.
“A hepatite C tem tratamento e cura. A hepatite B não tem cura, mas tem tratamento. Porém, qualquer tratamento é muito mais eficaz no caso do diagnóstico ser precoce, antes do desenvolvimento de complicações graves”, enfatiza Vanderlice Castro.
Informações
A dona de casa Sinara Santos, de 45 anos, moradora do bairro Jorge Teixeira, participou da ação educativa na USF Gebes Medeiros e disse que, apesar de ter informações sobre a doença, é fundamental que a população conheça mais sobre as Hepatites Virais.
“Eu já sabia como é a transmissão da doença, mas tem gente que não sabe. Então é importante falar com a comunidade sobre a prevenção, a vacina e o uso de preservativo”, apontou Sinara Santos.
A vacina que previne a hepatite A está disponível em unidades de saúde da Semsa com sala de vacina para crianças de 12 meses até 5 anos incompletos (4 anos, 11 meses e 29 dias); a vacina contra o tipo B também está disponível e pode ser administrada a todas as pessoas que não tenham sido vacinadas ou que não possuam comprovante de vacinação, fazendo parte do calendário vacinal desde a infância até a idade adulta.
Mesmo sendo uma doença silenciosa na maioria dos casos, quando estão presentes, os sintomas podem ser apresentados com: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

— — —
Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa
Fotos – Divulgação/Semsa