Depois de décadas de imbróglio, finalmente o Governo Federal firmou acordo para asfaltar a rodovia BR-319 (Manaus/Porto Velho), nos 400 quilômetros do “Trecho do Meio”, repavimentando definitivamente a principal ligação terrestre do Amazonas com o restante do país. A medida repercutiu entre os deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que estão motivados e acreditando que, agora, a obra deve sair do papel.
O presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade (UB), afirmou que a medida do Governo Federal foi positiva para o Amazonas. “A notícia nos encheu de esperança, tendo em vista que, finalmente, o Governo Federal deu um passo concreto e responsável para tirar do papel a pavimentação da BR-319. Nossa preocupação é com o desenvolvimento e também com a preservação ambiental”, enfatizou.
“A BR-319 é o caminho para um Amazonas mais integrado, forte e justo. Que esse plano saia do papel com urgência e responsabilidade. Como amazonense e homem público, apoio toda iniciativa que respeite a floresta e traga progresso para o nosso povo”, declarou o deputado-presidente.
Na esteira do colega, o deputado Wilker Barreto (Cidadania) afirmou que a pavimentação da BR-319 é o que todos os deputados esperam e que o isolamento do Amazonas não prejudica só o nosso Estado, mas também Rondônia e o próprio Brasil.
“A pavimentação da BR-319 é fundamental para destravar o desenvolvimento da nossa região. Com a estrada em boas condições, o Amazonas poderá contribuir muito mais com a economia do país, gerando benefícios econômicos e sociais concretos. A falta de logística adequada tem sido um dos maiores entraves para o crescimento do Norte. Resolver isso é garantir mais oportunidades para o povo e mais progresso para o Brasil”, afirmou.
Wilker Barreto disse ainda que a BR-319 é uma bandeira de luta histórica porque todos sabem o quanto é injusto e prejudicial manter o Amazonas isolado do restante do país.
Já o deputado Adjuto Afonso (UB) destacou que o asfaltamento de aproximadamente 400 quilômetros do trecho central da BR-319 é uma reivindicação histórica da população amazonense, com potencial de transformar a logística, a economia e a conectividade do estado.
“Hoje, a população do Amazonas vive isolada. Esse anúncio traz esperança de que, finalmente, teremos um acesso terrestre regular ao restante do país. Isso impulsiona o turismo, fortalece a produção rural e facilita a entrada e saída de insumos do nosso Polo Industrial. Acompanhamos de perto as ações dos ministros Renan Filho e Marina Silva, que demonstram um avanço significativo nesta pauta tão urgente para o nosso Estado”, destacou.
Quem também está confiante é a deputada Mayra Dias (Avante), que disse acreditar que agora a BR-319 finalmente vai sair do papel. “O acordo entre os ministérios do Meio Ambiente e dos Transportes mostra que existe vontade política e responsabilidade com o futuro da região. A publicação do contrato dos primeiros 20 quilômetros é um sinal concreto de que o projeto começou a andar, e com equilíbrio entre desenvolvimento e proteção ambiental”, enfatizou.
Na avaliação da parlamentar, estamos vivendo um momento histórico e a BR-319 sempre foi uma luta da bancada do Amazonas. Esse acordo representa um avanço real.
Joana Darc (UB) também se manifestou e disse que esse avanço, de forma concreta e comprometida pelo Governo Federal, é uma notícia que renova as esperanças do povo amazonense com a tão aguardada pavimentação da rodovia. Ela disse que o Plano BR-319 representa um equilíbrio entre progresso e conservação ambiental, atendendo a um desejo antigo de milhares de pessoas que moram e transitam pelo Amazonas.
“Inicialmente, foram confirmados esses primeiros 20 quilômetros de rodovia, e vamos continuar com o diálogo, junto ao Governo Federal e aos demais parlamentares da bancada federal do estado, para que sejam pavimentados os quilômetros restantes da BR-319, para podermos ter o pleno direito de ir e vir no nosso Amazonas”, destacou.
Bandeira de luta
A pavimentação da BR-319, que tira o Amazonas do isolamento do restante do país, sempre foi uma das “bandeiras de luta” dos deputados da Aleam. No último dia 7 de maio, a urgência de pavimentação da BR-319 foi tema de debate pelos deputados durante a Sessão Plenária no plenário Ruy Araújo.
Na ocasião, o deputado João Luiz (Republicanos) falou sobre as dificuldades de locomoção da população dos municípios ao Sul do Amazonas, relatando acidentes com carretas que ficam atoladas no chamado “Trecho do Meio”, entre o km 250 e o km 655 da rodovia, conhecido por ser o mais difícil e desafiador, especialmente durante a época das chuvas, quando a estrada fica intransitável.
“Precisamos unir esforços com os deputados federais e senadores amazonenses para que possamos cobrar do Governo Federal a recuperação urgente da estrada”, sugeriu João Luiz.
O deputado Rozenha igualmente se manifestou sobre o assunto e classificou como “falta de vontade política” do Governo Federal a demora na recuperação da estrada. O parlamentar relembrou que as pontes que colapsaram nos rios Autaz-Mirim e Curuçá, em setembro de 2022, até hoje não foram recuperadas.
“Esta rodovia foi aberta há mais de 50 anos e até hoje não foi concluída, por isso, afirmo que falta, acima de tudo, responsabilidade com o povo do Amazonas”, declarou Rozenha, ratificando o compromisso da Aleam em lutar pelos interesses da população amazonense.
Governo Lula tem Plano BR-319
O plano anunciado prevê a criação de uma Comissão Interministerial com ministros de Estado e de um Comitê Executivo com representantes técnicos. O plano será executado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ministério dos Transportes e Casa Civil.
Esses grupos irão liderar as ações do Plano BR-319, estruturado em três eixos principais: medidas emergenciais de governança ambiental ao longo da rodovia; realização de uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) de toda a área de influência da BR-319; e o lançamento de uma Parceria Público-Privada (PPP) voltada à consolidação de uma governança socioambiental de longo prazo.
A atuação integrada entre os entes federativos será fundamental para garantir a implementação do plano. O Governo do Amazonas se coloca como parceiro estratégico nesse processo, com papel ativo na proteção das áreas ambientais sob gestão estadual e no diálogo com as comunidades diretamente impactadas.