“O artesanato me escolheu, eu não o escolhi”, disse a artesã Maria Rocineide Santos da Silva, que com o apoio da Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), se tornou destaque internacional, na produção de biojoias durante a Expoartesanías 2024, que acontece até 17/12, em Bogotá, na Colômbia.
Cadastrada há mais de seis anos no sistema do Departamento de Economia Solidária e Criativa (Desc), da Semtepi, a artesã participou de feiras e exposições promovidas pela Prefeitura de Manaus, onde conseguiu se desenvolver profissionalmente. Nos últimos quatro anos, mais de 270 feiras de artesanato fixas e itinerantes foram realizadas para beneficiar os artesãos com geração de renda em pontos estratégicos para as exposições.
“Essa conquista reflete os esforços da prefeitura em promover políticas públicas voltadas ao fortalecimento do artesanato como vetor de economia criativa. O nosso banco de dados comprova que, por meio de iniciativas como capacitações, feiras e apoio logístico, a gestão municipal tem dado espaço e visibilidade para que os artesãos possam transformar suas habilidades em uma fonte de renda sustentável. Nós parabenizamos a dona Rocineide por seu destaque e compromisso”, destacou o secretário da Semtepi, Wagno Oliveira.
Empreendedorismo
Rocineide é uma empreendedora que decidiu mudar de vida quando iniciou um curso de artesanato, com foco em biojoias. A artesã, que dependia da renda familiar de seu finado marido, criou interesse por empreender e, mesmo depois de cinco anos de sua morte, ela declara ser ele “o maior inspirador de seus negócios”. Seus produtos são confeccionados com matérias-primas da Amazônia, trazendo uma diversidade de sementes, entre elas: jarina (de açaí), de tucumã, morototó, marfim vegetal e fio de tucum.
Além deste destaque, a autônoma já conheceu mais de dez Estados brasileiros e três países ao longo de sua carreira. Ela decidiu também criar cursos de confecção artesanal em biojoias para incentivar mulheres empreendedoras na cidade.
“O artesanato tira qualquer pessoa de uma crise, seja ela financeira ou psicológica, e eu amo trabalhar com ele, porque é a minha maior fonte de renda. Já conheci vários lugares por intermédio do meu trabalho e hoje posso dizer que é um orgulho tão grande ver a bandeira do meu país entre as melhores feiras do mundo. Em 2025, pretendo começar meu projeto futuro com oficinas de artesanato para mulheres”, declarou Rocineide.
A empreendedora chegou a faturar mais de R$ 35 mil em apenas um dia de feira. “A importância do investimento da Prefeitura de Manaus nesse processo é fomentar renda e espaço para a nossa categoria. As barracas são seguras e de qualidade, além dos melhores locais e horários escolhidos para as exposições. Meu conselho para quem quer empreender é: faça tudo com amor e foco”, concluiu a artesã.
Fortalecimento do artesanato
Ao longo da gestão, as oportunidades de exposição cresceram gradualmente. Conforme os dados do Desc, em 2021 foram 606 vagas; em 2022, 1.492 expositores; no ano seguinte, 1.493 artesãos foram beneficiados; e neste ano, as oportunidades giram em torno de 4 mil.
Atualmente, o Desc contabilizou 1.691 artesãos cadastrados, destes sendo 159 homens e 1.532 mulheres. Nos últimos quatro anos, os artesãos atingiram o faturamento histórico de R$ 5.232.927.
Cerca de 70% dos empreendedores cadastrados deixaram outras ocupações para se dedicarem exclusivamente ao artesanato e à economia criativa, onde muitos deles participam do rodízio semanal de vendas das feiras fixas no calçadão do complexo turístico Ponta Negra e no mirante Lúcia Almeida.
Outras iniciativas promovidas para a categoria são os cursos de qualificação: “English Manaus”, “Salto Aceleradora de MEIs”, “Empretec”, além das oficinas “Orientação e Gestão Empresarial para MEIs e Técnicas de Vendas em Programação Neurolinguística (PNL)”, “Mídias Sociais” e “Vendas On-line”.
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Texto – Fabiane Monteiro/Semtepi
Fotos – Divulgação/Semtepi