O deputado estadual Comandante Dan (Podemos) esteve, na segunda-feira (28/7), com a caravana #FocoNaMissão, na cidade de Anamã, a 161 quilômetros de Manaus. O município é o décimo sétimo visitado dos 23 previstos no roteiro do parlamentar pela calha do rio Solimões, a mais populosa do Amazonas, concentrando 17,5% de toda a população do estado. Além da sede do município, o grupo visitou quatro comunidades rurais, procedimento adotado em todos os municípios percorridos desde o início da caravana.
Com 10.318 habitantes, Anamã teve 70% de seu território alagado pela cheia deste ano, afetando a rotina de quase toda a população, segundo dados da Defesa Civil do Amazonas. A cidade enfrenta os extremos da cheia e da vazante, sendo fortemente impactada.
Para o Comandante Dan, o acesso ao município já evidencia a falta de estrutura.
“Para sair e voltar ao barco, tivemos que nos equilibrar sobre tábuas completamente inseguras e até passar por dentro de canoas. E esse é o trajeto diário de passageiros e cargas, mesmo para idosos e pessoas com mobilidade reduzida. Como uma cidade com um problema dessa ordem, em seu principal acesso, pode almejar desenvolvimento? Isso sem falar que, metade do ano, a cidade está alagada; na outra metade, está isolada em razão da vazante. Esse é o Amazonas que ninguém vê, mas que é real”, declarou.
Presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, o parlamentar fiscalizou as condições das forças de segurança no município.
“O que encontrei é motivo de grande preocupação. As estruturas que deveriam abrigar a polícia Militar e a polícia Civil funcionam em casas alugadas, sem qualquer condição construtiva ou estrutural adequada para o trabalho policial. Além disso, a PM não dispõe de viatura para patrulhamento da cidade. A única viatura disponível pertence à polícia Civil e está em estado precário de conservação. Chega a ser vergonhoso”, disse.
Falta de água e de segurança nas comunidades rurais
Nas quatro comunidades visitadas, Mato Grosso, Alexandre, NOVO Brasil e Arixi, os problemas relacionados ao abastecimento de água potável, em diferentes situações, foram amplamente relatados pelos moradores.
Na comunidade Mato Grosso, eminentemente agrícola, os produtores familiares dependem da estrada que liga a comunidade a Anori, um trecho de 22 km da AM-454 (estrada Dr. Ozias Monteiro), que conecta os municípios de Codajás e Anori. A situação, segundo o parlamentar, é crítica: o trecho entre a comunidade e Anori está intrafegável, segundo os moradores, devido às péssimas condições de manutenção, o que encarece em até três vezes o custo do transporte por barco.
Já na comunidade Alexandre, a escola municipal, que recebeu há três anos emenda parlamentar federal, do deputado Silas Câmara (REPUBLICANOS), permanece inacabada.
Na comunidade Arixi, além dos problemas de acesso à água potável, a falta de energia elétrica é uma constante: há períodos, segundo os moradores, em que a comunidade fica semanas, ou até meses, sem fornecimento.
Em todas as quatro localidades, há necessidade de postos de saúde e de maior presença do poder público na área de segurança.