A Sessão Plenária desta terça-feira (12/11), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), teve entre seus destaques o feminicídio da amazonense Clísia Lima da Silva, em São Paulo, e o lançamento de uma ação do Governo Federal com moradias do programa “Minha Casa Minha Vida”.
A deputada estadual Alessandra Campelo (Podemos), procuradora da Mulher na Assembleia Legislativa, prestou esclarecimentos sobre o acompanhamento do caso de feminicídio de Clísia Lima, jovem amazonense brutalmente assassinada pelo companheiro em São Paulo.
O caso, que chocou a comunidade, tem sido acompanhado de perto pela Procuradoria, que busca oferecer assistência à família enlutada e exigir justiça pelo crime.
“Estou aqui para prestar esclarecimentos sobre o acompanhamento de um caso de feminicídio que a Procuradoria da Mulher está realizando”, iniciou Campelo, lembrando que Clísia Lima foi assassinada pelo então companheiro, Edson Fernando, preso no último dia 31 de outubro.
“Clísia, uma jovem amazonense, uma mulher de 35 anos, que deixou uma filha e uma família enlutada, incluindo uma mãe que perdeu parte de sua história”, disse, destacando a dor que o assassinato trouxe para a família.
A Procuradoria da Mulher, representada pela coordenadora, Akerna Chagas, viajou à São Paulo, onde se encontrou com autoridades locais e com a Polícia de Minas Gerais para obter informações detalhadas sobre a investigação. O relato do crime evidencia a crueldade do agressor.
“Gostaria de ressaltar o grau de crueldade desse agressor, desse assassino. Ele agrediu Clísia violentamente dentro de casa, onde várias marcas de sangue foram encontradas por meio de exames com luminol, pois o local havia sido limpo na tentativa de eliminar vestígios do crime”, explicou, detalhando que Clísia foi jogada ainda viva em uma represa, amarrada, onde morreu por afogamento.
No plenário, a irmã de Clísia, Carla, também estava presente, acompanhando de perto o pronunciamento e a mobilização em torno do caso. A Procuradoria se comprometeu a prestar apoio psicossocial e jurídico à família.
“Carla esteve conosco na reunião com os policiais de Minas Gerais e de São Paulo, e acompanharemos este caso até o fim, buscando a justiça possível. O justo seria que Clísia estivesse viva, mas, infelizmente, a realidade não corresponde ao que desejamos”, declarou a parlamentar, emocionada.
“Assim, buscamos a justiça que é possível, que é manter esse criminoso preso, se possível, pelo resto de sua vida”, enfatizou a deputada.
O discurso também abordou a gravidade do problema da violência contra a mulher, uma verdadeira pandemia que afeta todas as regiões do país.
“Trago este caso à discussão para lembrar que, todos os dias, mulheres são assassinadas aqui em Manaus, no interior do Estado e em todo o Brasil. Isso é uma verdadeira pandemia e é crucial que o mundo preste atenção, pois estamos sendo violentadas, mortas e assediadas de diversas formas, sem termos sequer um dia de paz”, afirmou, expressando a necessidade urgente de ações mais incisivas de combate à violência de gênero.
‘Minha Casa Minha Vida’
O deputado Daniel Almeida (Avante) repercutiu o anúncio do início das obras do programa federal “Minha Casa Minha Vida” em Manaus, beneficiando 576 famílias.
“O programa, conduzido pela Caixa Econômica Federal, trará moradia digna a centenas de amazonenses que aguardam há anos pela chance de uma nova vida, em condições seguras e confortáveis”, assegurou.
Saúde
O deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) expressou sérias preocupações sobre o processo de escolha de uma organização social para a administração de duas grandes unidades de saúde no Amazonas: o Hospital 28 de Agosto e o Hospital da Mulher Dona Lindu.
O ponto central de sua argumentação é a recente escolha do Instituto Agir, que, segundo ele, passou por uma mudança de nome, embora mantivesse a sigla. Ao realizar uma breve pesquisa com sua equipe técnica, o deputado disse que descobriu que o Instituto Agir, anteriormente registrado em Goiás, acumula denúncias e está sob investigação do Ministério Público daquele Estado. A ausência de consultas ou audiências públicas sobre a contratação da referida instituição foi destacada como um agravante.
“Esta Casa, que possui um papel constitucional de fiscalizar, não foi consultada. Inclusive, na última Audiência Pública, a secretária de Saúde estava presente com toda a sua equipe e a Comissão de Saúde ficou de apresentar os números relacionados a essa contratação. No entanto, ainda não estou convencido de que a utilização de Organizações Sociais (OS) seja o melhor caminho para a saúde do Estado”, afirmou Barreto.
O deputado reiterou seu apelo para que o processo de seleção considere não apenas os critérios técnicos e financeiros, mas também a idoneidade das instituições envolvidas. Destacou, ainda, a importância da transparência e do compromisso do poder público com a fiscalização rigorosa dos processos licitatórios.