Nesta terça-feira (3/6), o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) denunciou as condições precárias da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Tabatinga, no Alto Solimões. Após visita à unidade no último fim de semana, o parlamentar relatou atrasos salariais, equipamentos quebrados e riscos à vida de pacientes, cobrando ação urgente do Governo do Estado e da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM).
Precariedade
Em Sessão Ordinária na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Wilker relatou o que constatou durante a inspeção. Entre os problemas, ele destacou a desativação de um dos centros cirúrgicos, a falta de ar-condicionado na emergência, medicamentos sendo comprados pelos próprios pacientes e a paralisação da máquina de hemodiálise por problemas na qualidade da água.
“A UPA tem dois centros cirúrgicos: um para maternidade e outro para cirurgia geral. Um deles está fechado há mais de um ano porque o carrinho de anestesia está quebrado e a maca também está danificada. Esse é o único equipamento disponível para fazer as cirurgias de foco, porque o principal está sendo segurado por esparadrapo e está queimado”, denunciou.
A unidade atende a uma população estimada em 66 mil habitantes e é referência para municípios como São Paulo de Olivença, Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Tonantins, Amaturá, Jutaí e Santo Antônio do Içá. Para pacientes que necessitam de hemodiálise, por exemplo, a solução tem sido o deslocamento por UTI aérea, o que, segundo o deputado, eleva custos e aumenta os riscos clínicos.
“Eu falei: meu irmão, gaste 50 mil reais em água mineral de garrafão, que é mais barato que uma UTI aérea para Tabatinga”, criticou o parlamentar.
Cobranças
Por fim, Wilker Barreto destacou que a situação foi comunicada imediatamente à SES-AM, com expectativa de uma resposta rápida e eficaz. O deputado demonstrou preocupação com a gravidade do cenário e reforçou a necessidade de respeito aos profissionais e de um plano urgente de recuperação da unidade.
“Eu estava nessa viagem acompanhando o deputado federal Fausto Júnior, e nós ligamos para a Secretaria de Saúde, que ficou de mandar a subsecretária do Interior. Eu torço para que resolvam mesmo, porque, da forma que está hoje, a UPA não está salvando vidas. E me preocupa a situação em que a UPA se encontra, porque aquela unidade é referência. Então, que a Secretaria envie o plano de reforma daquela unidade e trate com zelo e respeito os funcionários que estão há dois meses sem receber”, concluiu.
O parlamentar também informou que já havia protocolado, em março, um requerimento solicitando à SES-AM providências urgentes quanto ao abastecimento de medicamentos e à regularização do pagamento das empresas terceirizadas. No plenário, ele voltou a cobrar uma resposta efetiva do Governo.