Divulgado na segunda-feira (12/5), o Atlas da Violência 2025, publicação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) coloca o Amazonas com a quarta taxa do Brasil em homicídios. Os dados são relativos a 2023 e apresentam para o Estado uma proporção de 36,8 homicídios a cada 100 mil habitantes, atrás do Amapá (57,4), Bahia (43,9) e Pernambuco (38). O Amazonas também figura com destaque negativo na taxa de homicídios de jovens, de mulheres e de negros. O deputado estadual Comandante Dan (Podemos), que comandou a Polícia Militar de 2008 a 2011, fez parte da Força Nacional e ocupou cargos de destaque no sistema estadual de segurança, considera que os números do Amazonas, comparados ao restante do país, ainda são muito altos, apesar da redução que vem sendo registrada.
“Somos o quarto na taxa de homicídios, o sexto na taxa de homicídios de jovens de 15 a 29 anos, o segundo na taxa de homicídio de mulheres e o quinto na taxa de homicídio de negros. É um cenário catastrófico, muito embora as forças de segurança tenham registrados reduções expressivas. Mas vejam que estamos falando de homicídios. Quando considerarmos Mortes Violentas e Intencionais (MVI), incluindo homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios, lesão corporal seguida de morte e mortes em intervenções policiais, essas estatísticas podem ser ainda mais assustadoras”, analisou o deputado.
O estudo do Ipea atribui ao Amazonas 1.555 homicídios em 2023, dos quais 804 foram contra jovens de 15 a 29 anos. O Estado tem uma taxa de 69,6 mortes de jovens nesta faixa etária para cada 1 mil habitantes, ficando na sexta posição no ranking nacional, atrás do Amapá (134,5), Bahia (113,7), Pernambuco (82,2), Alagoas (79,5) e Ceará (72,8). Na taxa do homicídio de mulheres, o Amazonas empata na segunda posição do ranking com Bahia e Rondônia, todos com 5,9 por mil, enquanto Roraima ocupa o primeiro lugar (10,4). A taxa de homicídio de negros no Amazonas é de 41,4 por mil, atrás do Amapá (70,2), Bahia (50,8), Pernambuco (48) e Alagoas (47,8). O Atlas revela ainda que o Amazonas é o primeiro estado brasileiro em suicídio indígena e quinto no percentual de óbitos envolvendo acidentes com motocicletas em relação ao total de óbitos com sinistros no trânsito, com 57,3%. Para o deputado Comandante Dan, há problemas graves de contingente policial e uma expressiva ausência de forças de segurança nacionais na faixa de fronteira, por onde entrariam as drogas e as facções criminosas transnacionais.
“Contratar os aprovados no concurso da segurança é de interesse público, assim como realizar novos concursos. Temos um baixo contingente de policiais civis e militares, delegacias superlotadas no interior, em péssimas condições de salubridade e segurança. Se falamos em policiamento fluvial, para combate à pirataria nos rios, temos uma situação ainda pior. A segurança precisa de um plano emergencial, de um choque de ordem, e da participação massiva das forças de segurança nacionais na faixa de fronteira, por onde entra o crime no Amazonas. Sem isso, estaremos apenas enxugando gelo, correndo atrás de bandido, enquanto o crime arrebanha centenas de novos aliados. A situação é verdadeiramente assustadora”, concluiu o deputado.